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O Transporte e a Crise Econômica

 

 

O Transporte e a Crise Econômica

Artigo - O transporte e a crise econômica

 

Segundo a ONG Transparência Internacional, a corrupção é definida como “o abuso do poder confiado para fins privados e pode ser classificada como grande, pequena ou política, dependendo da quantidade de dinheiro perdido e dos setores em que ocorre”.

 

A ONG organiza desde 1995 o ranking da corrupção no mundo e publica, anualmente, o Índice de Percepção de Corrupção que assola os países, ordenados de acordo com o grau em que a corrupção é percebida entre os funcionários públicos e políticos. A posição do Brasil no ranking despenca ano após ano, passando da 69.º colocação em 2014 para a 76.º em 2016. Quanto menor a pontuação, mais longe fica no ranking, o que significa mais (percepção de) corrupção.

 

É interessante fazer um paralelo do ranking da corrupção com o PIB nacional, que encolheu 3,8% em 2015 na comparação com 2014, segundo os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Desde que o Instituto começou a realizar a pesquisa, em 1996, esta foi a maior queda. O pior resultado anterior ao de 2015 aconteceu em 1990, época do governo Fernando Collor de Mello, que foi de -4,3%.

 

Os setores com maior retração devido à queda do PIB foram a agropecuária (-2,7%), a indústria (-4,3%), segmentos diretamente ligados ao setor de transporte de cargas que, analisado isoladamente, teve queda de 2%.

 

A diferença do cenário atual para um não tão distante 2013, é gritante. O Produto Interno Bruto (PIB) de 2013 cresceu 2,3%, só o segmento de transportes aumentou em 2,2% na época, dado que dificilmente se repetirá em 2016. Em 2013 a falta de mão de obra qualificada levou as transportadoras a contratarem motoristas colombianos para suprir a demanda, o que mostra que a economia seguia seu caminho.

 

Quando o cenário político do país não vai bem, a economia é diretamente impactada. O povo sofre, o desemprego aumenta e o todo o setor produtivo padece junto. O efeito dominó para o transportador é nítido: a economia em baixa diminui o número de cargas para transporte, aumenta o preço dos combustíveis, rebaixa o valor de frete, impacta no mercado de compra e venda de caminhões e gera desemprego.

 

A estabilidade econômica é de suma importância e é preciso urgência. Para uma economia estável é necessário um governo forte, coerente, desprovido de denúncias de corrupção e, principalmente, com força política para viabilizar propostas na Câmara e Senado Federal.

 

O que o Brasil não tem mais é tempo. A estabilidade econômica deve ser o único motivador do Legislativo, Executivo e Judiciário, pois o povo brasileiro não pode mais esperar. O desfecho político do governo federal, seja qual for, deve ser imediato.

 

*Gilberto Cantú, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar).